Comentários sobre algumas traduções dos contos de fadas dos Irmãos Grimm para o português

 

Existem muitas traduções para o português de narrativas dos Contos de fadas para o lar e as crianças (em alemão: Kinder- und Hausmärchen), coletânea publicada em 1812 (primeiro volume) e 1815 (segundo volume) pelos Irmãos Grimm. Tanto quanto sabemos, o primeiro tradutor brasileiro talvez tenha sido Alberto Figueiredo Pimentel, com seus Contos da Carochinha (1894), ou quiçá a dupla formada por Júlia Lopes de Almeida e Adelina Lopes Vieira, que publicaram em conjunto os Contos infantis (1886).

Nos dias de hoje, são várias as traduções mais recentes ou reedições de trabalhos mais antigos. Até o momento não encontramos NENHUMA TRADUÇÃO COMPLETA, embora a editora Villa Rica tenha apresentado a sua publicação como tal (veja-se mais adiante). O quadro com os contos dos Grimm e suas respectivas traduções mostra as lacunas que ainda existem quanto à disponibilidade para o público brasileiro, além de apontar para as grandes diferenças que há às vezes entre os títulos no original e em português.

 

A leitura de algumas antologias de traduções permitiu verificar que o conto Das tapfere Schneiderlein (O alfaiatezinho valente) aparece em muitas delas. Em função disso, recorremos a esse conto como base para nosso comentário acerca das traduções brasileiras. Para começar, a fim de termos um parâmetro de comparação, reproduzimos o trecho inicial desse conto no original alemão:

"An einem Sommermorgen saß ein Schneiderlein auf seinem Tisch am Fenster, war guter Dinge und nähte aus Leibeskräften. Da kam eine Bauersfrau die Straße herab und rief ‚Gut Muß feil! gut Muß feil!‘ Das klang dem Schneiderlein lieblich in die Ohren, er steckte sein zartes Haupt zum Fenster hinaus und rief ‚Hier herauf, liebe Frau, hier wird sie ihre Ware los.‘ Die Frau stieg die drei Treppen mit ihrem schweren Korbe zu dem Schneider herauf und mußte die Töpfe sämtlich vor ihm auspacken." (GRIMM, Brüder. Kinder- und Hausmärchen. München: Winkler, 1978. p. 142)

 

 Vejamos agora algumas traduções que pudemos consultar.

 

GRIMM, Irmãos. Contos e lendas dos Irmãos Grimm. Tradução de Íside M. Bonini. São Paulo: Edigraf, 1961. 8 v.

Comentário: TRADUÇÃO COM O MAIOR NÚMERO DE CONTOS. Trata-se de uma coletânea essencial, visto que inclui contos que não existem em nenhuma outra publicação. Além disso, a despeito de algumas passagens menos felizes, é uma tradução de boa qualidade – que em muitos casos traz soluções muito melhores do que outras traduções de mesmo nível.

A título de exemplificação, segue-se o início do conto O pequeno alfaiate valente e que corresponde ao trecho citado em alemão:

"Numa bela manhã de verão, um alfaiate, sentado junto a mesa, diante da janela, trabalhava com afinco e bem humorado. Descendo a rua vinha uma camponesa apregoando:

– Geléia boa! Geléia boa!

Essas palavras soaram-lhe, agradàvelmente, aos ouvidos; pondo a cabecinha delicada para fora da janela, chamou-a:

– Suba até aqui, boa mulher, que venderá a sua mercadoria.

A mulher subiu com o pesado cêsto os três andares e bateu à porta do alfaiatezinho e aí teve que destapar todos os seus potes." ("O pequeno alfaiate valente", p. 7)

 

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GRIMM, Jacob e Wilhelm. Contos de Grimm. Tradução de David Jardim Jr. Belo Horizonte: Villa Rica, 1994. (Grandes Obras da Cultura Universal, 16).

Comentário: trata-se de uma das maiores antologias em português, contendo 99 dos 200 contos dos irmãos Grimm. A tradução é bastante fiel, embora aqui e ali seja perdido um detalhe ou outro. De modo geral, é uma tradução recomendável para quem quer consultar uma tradução de qualidade.

Excerto de O alfaiatezinho valente:

"Em uma certa manhã de verão, um alfaiatezinho se achava sentado em sua mesa, junto da janela, muito satisfeito da vida e costurando diligentemente, quando passou na rua uma camponesa, gritando:
– Doce de frutas! Muito bom e muito barato!
O alfaiate se interessou pelo anúncio, debruçou-se na janela e chamou:
– Venha para cá, boa mulher! Aqui vai vender sua mercadoria.
A mulher subiu, com muito esforço, por causa do peso que carregava, a escadinha que dava para a oficina do alfaiate; este fez com que ela abrisse todos os potes de doce, para examiná-los." ("O alfaiatezinho valente", p. 44)

 

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GRIMM, Jacob; GRIMM, Wilhelm. Os contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 6. ed. São Paulo: Paulus, 1989.

Comentário: é a TRADUÇÃO MAIS FIEL DE TODAS aqui relacionadas. Isso significa que nem sempre a tradutora optou pela expressão mais agradável em nossa língua e, sim, pela expressão mais próxima ou mais literal frente ao alemão. Por um lado, isso resulta em um texto que em alguns momentos não soa tão natural, por outro, tem a vantagem de ser o mais confiável quando se deseja saber exatamente o que está dito no texto dos irmãos Grimm.

Excerto:

"Numa manhã de sol, estava um alfaiatezinho sentado sobre a sua mesa junto da janela, costurando com vontade, muito bem humorado. Aí veio andando pela rua uma camponesa, gritando: – Geléia de ameixas! Quem quer comprar geléia de ameixas? – E isso soava gostoso nos ouvidos do alfaiatezinho; ele meteu sua delicada cabeça pela janela e chamou:

– Aqui em cima, boa mulher, aqui te livrarás da mercadoria!

A mulher subiu os três lances de escada com o seu pesado cesto, e teve que tirar todos os potes diante dele." ("O alfaiatezinho valente", p. 24)

 

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LOBATO, Monteiro (Tradução e adaptação). Contos de Grimm. 12. ed. São Paulo: Brasiliense, 1969.

LOBATO, Monteiro (Tradução e adaptação). Novos contos de Grimm. 8. ed. São Paulo: Brasiliense, 1969.

Comentário: Monteiro Lobato criou algumas das traduções mais saborosas que existem dos Grimm para o português. Seus textos são uma adaptação no melhor sentido do termo: Lobato recria em português o efeito que os contos dos Grimm têm em alemão, ou seja, ele aproveita os recursos típicos do português (e inexistentes em alemão), como, por exemplo, o diminutivo e aumentativo de adjetivos, expressões populares no Brasil, etc., dando origem a contos que soam como se tivessem sido escritos originalmente em nossa língua.

Excerto:

"Era uma vez um alfaiate que estava sentado à janela da sua casa, costurando um paletó. Nisto ouviu uma vendedora de doces que passava gritando: ‘Doces! Pudim especial!’
O alfaiate espichou a cabeça para fora da janela e chamou-a. A mulher subiu os três degraus da casa do homenzinho e descobriu o tabuleiro para que êle se servisse à vontade." ("O alfaiate valentão", Contos de Grimm, p. 60)

 

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GRIMM, Irmãos. Contos de Grimm. Tradução de Heloisa Jahn. Prefácio de Marc Soriano. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Comentário: edição com ilustrações realmente muito bonitas e chamativas. Tradução de boa qualidade.

 A antologia não inclui “O alfaiate valente”.

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GRIMM, Jacob; GRIMM, Wilhelm. Contos de Grimm. Tradução de Marina Appenzeller e Monica Stahel. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

Comentário: edição com ilustrações realmente muito bonitas e chamativas. Tradução boa.

 A antologia não inclui “O alfaiate valente”.

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GRIMM, Irmãos. Os mais belos contos de fadas de Grimm. Tradução de Maria Lúcia Pessoa de Barros. Rio de Janeiro: Casa Editora Vecchi, 1968.

Comentário: tradução que às vezes se distancia bastante do original.

 

Excerto:

"Numa manhã de verão, um alfaiate estava sentado em sua banqueta, junto da janela, a costurar.
De repente, atravessou a rua uma mulher da aldeia, gritando:
– Doce de côco! Doce de côco! Quem quer comprar?
O pregão soou agradàvelmente aos ouvidos do alfaiate, que, chegando à janela, chamou alegre a vendedora.
– Eia, boa mulher, traga aqui o seu doce!
A mulher, carregando sua cesta pesada, subiu os três lances de escada que levavam à casa do alfaiate, e mostrou as tigelinhas com doce de côco." ("O alfaiate valente", p. 73)

 

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GRIMM, Irmãos. Contos de Grimm. Seleção, tradução e prefácio de Nair Lacerda. São Paulo: Clube do Livro, s.d. (Clássicos da Infância).

Comentário: tradução que se distancia às vezes bastante do original.

Excerto:

"Certa manhã de verão, um pequeno alfaiate estava sentado em seu banco, próximo à janela, trabalhando animadamente, com toda a disposição, quando uma velha veio descendo a rua.
– Boa geléia para vender! – apregoava a velha. – Boa geléia para vender!
O grito pareceu agradável aos ouvidos do pequeno alfaiate, que pôs a cabeça para fora da janela e chamou:
– Aqui, minha boa mulher! Venha até aqui, se quiser um freguês.
Assim, a pobre mulher subiu os degraus com sua cesta pesada, e foi obrigada a desembrulhar e exibir todos os potes que trazia, a fim de que o pequeno alfaiate os examinasse." ("O alfaiate valente", p. 87-88)

 

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GRIMM, Irmãos. Contos de Grimm. Tradução de Celso M. Paciornik. 2. ed. São Paulo: Iluminuras, 2001.

Comentário: TRADUÇÃO PÉSSIMA. O tradutor com certeza apoiou-se em uma edição (não identificada no livro) cheia de falhas, adulterações e imprecisões. Com isso, o volume apresenta problemas graves e inaceitáveis.

GRIMM, Irmãos. Contos de Grimm: O príncipe sapo e outras histórias. Trad. Zaida Maldonado. Porto Alegre: L&PM, 2002. v.1.

GRIMM, Irmãos. Contos de Grimm: A Bela Adormecida e outras histórias. Trad. Zaida Maldonado. Porto Alegre: L&PM, 2002. v.2.

Comentário: TRADUÇÃO PÉSSIMA. A tradução não foi feita a partir do original alemão, mas de uma tradução para o inglês - Grimm’s Fairy Tales. A comparação com a tradução de Celso M. Paciornik revela semelhanças que permitem concluir que ambos usaram o mesmo material. Com isso, valem aqui praticamente as mesmas observações:

a.      contos incompletos: "O gamo encantado" (correspondente a "O irmão e a irmã") contém apenas metade da história original;

b.     junta contos, conforme exemplifica "O jovem gigante e o alfaiate", que é composto por "O jovem gigante" e "O alfaiatezinho valente". Nesse junção, diversas passagens foram eliminadas, inclusive o episódio inicial em que o alfaiate compra doce e mata várias moscas de uma vez;

c.      inclui narrativas que não são contos de fadas dos irmãos Grimm, como "O bosque dos elfos" (cuja autoria é de Ludwig Tieck) e “Pedro, o pastor de cabras” (com enredo semelhante a “Rip van Winkle”, do americano Washington Irving);

d.     altera detalhes do texto: em “A Bela Adormecida”, um peixe anuncia à rainha o nascimento de sua filhinha (nos Grimm, é uma rã); em “O ganso de ouro”, a mãe prepara carne e vinho para os filhos que vão cortar lenha (nos Grimm, ela prepara um bolo feito à base de ovos).

e.      altera partes da história, excluindo trechos ou introduzindo conforme demonstram os exemplos abaixo.
1) Em “O príncipe sapo”, a princesa deixa o sapo comer de seu prato e dormir três noites sobre seu travesseiro, sendo isso o bastante para desfazer o encantamento e ele retornar à forma humana; já em “Der Froschkönig oder der eiserne Heinrich” (“O rei-rã ou O Henrique de ferro”), ele só aparece como príncipe quando a mocinha se enfurece arremessa o animal contra a parede. Além disso, a parte final da tradução está truncada, tendo sido excluído o desfecho com a participação do Henrique de ferro.
2) Outro exemplo de disparidade pode ser visto no conto “A dama e o leão”. No texto original dos Grimm (“Das singende springende Löweneckerchen), a filha caçula pede ao pai uma cotovia (“Löweneckerchen”), enquanto na tradução ela deseja uma rosa. Em decorrência dessa mudança, surge um parágrafo (inexistente em Grimm) narrando como tudo está coberto de neve, sendo impossível encontrar quaisquer flores. O pai acaba chegando a um castelo cujo jardim era mágico, estando uma metade no verão e outra inverno.

 

As traduções publicadas pela Iluminuras e pela L&PM são tão parecidas em seus desvios em relação aos Grimm, que podemos concluir que ambos os tradutores partiram da mesma matriz em inglês. Além dos respectivos índices seguirem a mesma ordem (embora nem todos os contos de uma antologia estejam também na outra), as semelhanças entre si e a distância em relação ao texto de Grimm pode ser evidenciada pela comparação das traduções de “Rumpelstilzchen” (início e final da história). Para facilitar a identificação das mudanças, vejamos primeiro o trecho dos Grimm, bem como uma tradução fiel ao texto alemão.

Original:
"Es war einmal ein Müller, der war arm, aber er hatte eine schöne Tochter. Nun traf es sich, daß er mit dem König zu sprechen kam, und um sich ein Ansehen zu geben, sagte er zu ihm ‚ich habe eine Tochter, die kann Stroh zu Gold spinnen.’ Der König sprach zum Müller, ‚das ist eine Kunst, die mir wohl gefällt, wenn deine Tochter so geschickt ist, wie du sagst, so bring sie morgen in mein Schloß, da will ich sie auf die Probe stellen.’. Als nun das Mädchen zu ihm gebracht ward, führte er es in eine Kammer, die ganz voll Stroh lag, gab ihr Rad und Haspel und sprach ‚jetzt mache dich an die Arbeit, und wenn du diese Nacht durch bis morgen früh dieses Stroh nicht zu Gold versponnen hast, so mußt du sterben.’ Darauf schloß er die Kammer selbst zu, und sie blieb allein darin.“
[...]
‚Heißt du etwa Rumpelstilzchen?’
’Das hat dir der Teufel gesagt, das hat dir der Teufel gesagt,’ schrie das Männlein und stieß mit dem rechten Fuß vor Zorn so tief in die Erde, daß es bis an den Leib hineinfuhr, dann packte es in seiner Wut den linken Fuß mit beiden Händen und riß sich selbst mitten entzwei.“ (GRIMM, Brüder. Kinder- und Hausmärchen. München: Winkler, 1978. p. 314 e 317)

 

Tradução fiel:
"Era uma vez um moleiro, que era pobre, mas tinha uma filha linda. E aconteceu um dia que ele chegou a falar com o rei, e lhe disse, para se dar importância:
– Eu tenho uma filha que sabe fiar palha para virar ouro.
O rei disse ao moleiro:
- Esta é uma arte que me agrada. Se a tua filha é tão prendada como dizes, traze-a amanhã para o meu castelo, desejo pô-la à prova.
Quando a moça foi levada à presença do rei, ele a levou para uma sala que estava cheia de palha, entregou-lhe roca e fuso e disse:
- Agora põe mãos à obra, e se até amanhã cedo não tiveres fiado esta palha em ouro, terás de morrer.
E o rei trancou a porta da sala com suas próprias mãos e deixou-a lá sozinha.
[...]
- Será teu nome por acaso Rumpelstilsequim?
- Foi o diabo que te contou isso, foi o diabo que te contou isso! – gritou o homenzinho, e de raiva deu uma patada tão forte com o pé direito no chão, que se afundou até a cintura. Então, na sua fúria, ele agarrou o pé esquerdo com as duas mãos e rasgou-se a si mesmo em duas metades."
(GRIMM, Jacob; GRIMM, Wilhelm. Rumpelstilsequim. In: ___. Os contos de Grimm. Tradução de Tatiana Belinky. 6. ed. São Paulo: Paulus, 1989. p. 93 e 96)

 

Passemos agora para as traduções de Celso M. Paciornik e Zaida Maldonado. Repare-se que tanto as características e motivações dos personagens, assim como o evento que encerra o texto afastam-se bastante de Grimm, mas igualam-se entre si.

"Era uma vez, em certo reino, um pobre moleiro que tinha uma filha muito bela. Ela era também extremamente hábil e inteligente, e o moleiro era tão convencido e orgulhoso dela que um dia disse ao rei da terra que sua filha podia fiar ouro de palha. Ora, este rei era ávido por dinheiro e, ao ouvir a jactância do moleiro, sua avareza ficou excitada e ele ordenou que a moça fosse trazida à sua presença. Ele a levou então a um quarto onde havia uma grande quantidade de palha, entregou-lhe uma roca e disse, ‘Tudo isto deve ser fiado em ouro até a manhã, se dás valor à vida.’ De nada valeu a pobre donzela declarar que não poderia fazer tal coisa; o quarto foi trancado e ela ficou só.
[...]
’Não seria Rumpel-Stiltis-Kin?’
’Algum feiticeiro te disse! Algum feiticeiro te disse!’, gritou o homenzinho, que bateu o pé direito com tanta raiva no chão
que ele afundou. E afundou tanto, que o anão [sic] precisou puxá-lo com as duas mãos para tirá-lo do buraco. Então, ele se safou dali o melhor que pôde, enquanto todos riam às suas custas por ter se esforçado tanto para nada.” (GRIMM, Irmãos. Rumpel-Stiltis-Kin. In: ___. Contos de Grimm. Tradução de Celso M. Paciornik. 2. ed. São Paulo: Iluminuras, 2001. p. 139 e 141)

 

"Vivia uma vez num certo reino um pobre moleiro com sua filha que era muito bela e, ainda por cima, extremamente sensata e esperta. O moleiro dela tanto se orgulhava que um dia, falando com o rei daquela terra, gabou-se da filha poder fiar palha transformando-a em ouro. Ora, este rei apreciava muito o ouro, e a bazófia do moleiro despertou sua cobiça, por isso ordenou que trouxessem a moça até ele. Conduziu-a a uma sala onde havia uma grande quantidade de palha, providenciou uma roca para a moça fiar e lhe disse:
- Se tens amor à vida, fia toda esta palha e a transforma em ouro antes do amanhecer.
Em vão a pobre afirmou não saber executar tal milagre, a sala foi trancada e a moça, deixada sozinha.
[...]
- Será então Rumpelstiltskin?’
- Alguma bruxa te contou! Alguma bruxa te contou! – esbravejou o homenzinho, e bateu tão forte com o pé chão, e com tamanha raiva,
que abriu um buraco no assoalho, ficando preso pelo pé. E assim a rainha foi obrigada a puxar o pé do anãozinho com as duas mãos para soltá-lo. E ele teve de se recompor e seguir o seu caminho, enquanto todos dele troçavam por tanto trabalhar e nada receber em troca.” (GRIMM, Irmãos. Rumpelstiltskin. In: ___. Contos de Grimm: O príncipe sapo e outras histórias. Trad. Zaida Maldonado. Porto Alegre: L&PM, 2002. v.1, p. 206 e 210)

 

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