VELEIROS RÁDIO CONTROLADOS
 
Edmar Mammini
 
 
No Brasil o que existe de veleiros, são rádio controlados, se existem outros tantos navegáveis isso foge ao meu conhecimento.
 
Existem os decorativos que não navegam e que representam uma minoria tão desprezível que creio que existam no máximo três modelistas a se dedicarem a isso.
 
Essa modalidade de barco começou no Rio de Janeiro nos anos 1940 e o que havia eram barcos conhecidos como classe 20 e classe 36 e esses números representavam seu comprimento em polegadas (25,4 mm cada polegada) portanto um barquinho a vela tinha ou 50 cm ou 90 cm de comprimento em números redondos.
 
Não eram rádio controlados, possuíam leme de vento, eram dispositivos semelhante a uma vagem e que ficava conectada diretamente a cana do leme.
 
Em São Paulo os primeiros apareceram no final dos anos 1950 e junto com eles uma pessoa com um veleiro classe “M “ (Marblehead) era um modelo para uso de rádio controle, que na época era ainda a válvula e pesado, portanto o modelo era grande.
 
O classe M como é conhecido possui características específicas como deslocamento, comprimento, área vélica, e demais particulares que o caracterizam.
 
O veleiro classe M foi muito usado no Brasil e foi a principal classe do mundo, atualmente está caindo em desuso por dois motivos 1º, ser muito grande e quase intransportável nos veículos atuais, 2º , preço ...sofisticaram tanto o modelo que começou a ficar caro demais para se ter um barco competitivo. Quem quiser mais detalhes construtivos sobre o classe M é só ir ao site  www.isaf.com e lá se encontrará um monte de dados a respeito de veleiros rádio controlados.
 
Os modelos classe M tem cerca de 1,6m de comprimento, mais de 2m de mastro e sua raia para regata é da ordem de 100 m o que os torna complicados para se fazer uma regata em tanque, é necessário um lago ou uma represa para se fazer uma regada dentro do regulamento. Até o final dos anos 1990 foi o modelos mais usado no Brasil e na Argentina e por esse motivo surgiu daí a Unión Latinoamericana de Yatismo, que era só Brasil e Argentina mas que atualmente o Chile já participa.
 
A tendência atual do yatismo a vela é o modelo que apareceu e se desenvolveu na Argentina é o “ 1 metro classe ULY ” , ele tem exatamente 1 m de comprimento, pesa entre 4 kg a 4,3 kg com um mastro da ordem de 1 m também e com área vélica de 0,363 m2 .Sua raia de regata é da ordem de 60 a 70 metros (para lagoas).
 
Esse tipo de modelo veio ao Brasil e aqui ele se aperfeiçoou , acho que um dos poucos casos na história onde algo de aperfeiçoa ao invés de deteriorar em nosso país.
 
O aperfeiçoamento foi a padronização do modelo, não existem variações sobre o mesmo, portanto é um modelo monotipo, ou melhor todos são iguais, não havendo melhorias ou piorias , dessa forma os competidores se equiparam e só dependem de sua habilidade no desempenho das regatas e não do tipo do barco.
 
Esse tipo de modelo começou a se desenvolver no Brasil nos inícios dos anos 1990 e perdura até hoje.
 

Um outro modelo está em voga agora no início do século 21, é o modelo classe 65 ou melhor dizendo com 65 cm de comprimento, cerca de 1,2 kg de peso mastro com 1,1 m de altura com área vélica de 0,205 m2 . É um modelo que se adapta bem a situação atual, cabe em um automóvel comum, pode ser usado em um tanque para modelismo, sua raia de regata é de 25 a 30 m.

 
 
Esse modelo também é do tipo mercosul, e foi desenvolvido tanto aqui no Brasil como lá na Argentina e também obedecem a ULY em suas regras. Parece que promete muito seu desenvolvimento tendo porém a agravante de ser modelo livre ou seja não possui regras rígidas na sua construção, o que vai levar a muita discussão.
 
 
Os praticantes do modelismo naval a vela constituem a classe de modelistas que mais disputam virtudes e desajeitos entre si. A maioria gosta mais de competir do que fazer os modelos, fazem um tremendo segredo de polichinelo com seus modelos e o que ganham são mais desavenças do que união entre eles. Existe no Brasil diversas entidades associativas dessas modalidade e cada vez que existe um cisma entre elas uma nova associação aparece. As principais são UBV, União Brasileira de Veleiros e a APV, Associação Paulista de Veleiros Rádio Controlados.

 

Para maiores detalhes de como é o mundo dos veleiros no Brasil entre no Site www.nautinet.com.br/ubv
 
Retornar à página principal