estudo do continente Asiático


INTEGRAÇÃO ECONÓMICA NO PACIFICO: ASEAN


Começando com um grau de cooperação que no inicio estava limitado a algumas actividades económicas nos anos 60, a cooperação económica da ASEAN não só se aprofundou como também se alargou nos últimos anos.
A cooperação económica, na ASEAN não só inclui medidas de liberalização do comercio como também abolição das fronteiras e actividades de promoção de investimento. Está também a ser criada legislação em novos campos de cooperação tais como serviços e propriedade intelectual. Importantes decisões estão também a ser tomadas para elevar e estreitar a cooperação industrial através de um novo esquema que terá em conta a actuais necessidades e a situação económica na ASEAN. Outras medidas, tais como desenvolvimento do sector privado, das infra-estruturas e o investimento regional, têm-se mostrado frutuosas.








13.2 O processo
O sucesso da cooperação económica da ASEAN é o resultado da “sabedoria”, da larga visão e da consistência das decisões da “Declaração de Bangkok” de 1967 e das ultimas quatro reuniões. A Cooperação Económica da ASEAN foi inicialmente firmada nesta declaração. Entre outros objectivos e propostas, a declaração dava ênfase :
- ao aumento do crescimento económico;
- á promoção da colaboração activa e á assistência mutua em assuntos de interesse comum no campo económico, social, cultural, técnico, cientifico e administrativo.
- á colaboração efectiva para uma melhor utilização da agricultura e industria da região, á expansão do comercio e ao aumento dos padrões de vida das populações.

Iniciado o processo, a ASEAN viria a ser “guiada” pelas decisões dos seus encontros.
Assim, o primeiro desses encontros (realizado no Bali, em 1976) ficou marcado pela intensificação do desenvolvimento da cooperação económica e social, e por ter iniciado programas de desenvolvimento regional, utilizando, na medida do possível, os recursos disponíveis na região de integração da ASEAN.
No segundo encontro, que teve como palco Kuala Lumpur em 1977, reafirmou-se a necessidade de intensificar esforços e que o ritmo de cooperação deveria ser acelerado e ainda definir medidas a ser tomadas para estimular a mobilidade da tecnologia, do know-how e do investimento privado entre todos os países membros. O sector privado deveria, também ele, intensificar esforços na implementação de estruturas e projectos de industrialização e no desenvolvimento industrial da região.
Dez anos depois, no terceiro encontro, que se realizou em Manila em 1987, concluiu-se que o regionalizo da ASEAN alicerçado no coesão política, económica e cultural era mais vital do que nunca para o futuro do Sudeste Asiático. Os estados membros deveriam estreitar a cooperação económica “intra-ASEAN” para maximizar o aproveitamento das potencialidades no comercio e no desenvolvimento, e para aumentar a eficiência no combate ao proteccionismo e á minimização dos seus efeitos, assim como, promover um ambiente no qual o sector privado assuma um papel cada vez mais importante no desenvolvimento económico e na cooperação regional.
No quarto encontro, em Singapura em 1992, a aposta foi no sentido da continuidade. A decisão do encontro foi no sentido da manutenção do crescimento e desenvolvimento da ASEAN, tão necessário á estabilidade e prosperidade na região.
O quinto encontro, em Bangkok em 1995, focou o tema “uma maior cooperação económica na ASEAN”. Decidiu sobre a aceleração e aprofundamento dos compromissos assumidos na AFTA (ASEAN Free Trade Area), a expansão da cooperação económica em novos sectores (tais como nos serviços e noutros sectores ainda não “regionalizados”), criou um projecto de cooperação industrial, a AICO (ASEAN Cooperation) e propôs-se criar uma área de investimento, a AIA (ASEAN Investment Area), que trará mais investimento para a região.
O primeiro encontro informal, deu-se em Jakarta a 30 de Novembro de 1996. Foi pedido aos ministros para desenvolver uma visão da ASEAN em direcção a 2020, tendo em conta que a AFTA já estaria totalmente implementada ao fim de mais de duas décadas. A acrescentar há ainda o facto dos lideres dos governos terem acordado em pedir aos seus ministros da economia para explorar a possibilidade da cooperação ao nível das mercadorias em transito.


13.3 Os recentes desenvolvimentos
O passo mais importante na direcção do comercio na ASEAN foi a decisão do quarto encontro ASEAN, em 1992, de estabelecer a zona de comercio livre pelo ano 2008. Em Setembro de 1994, os países membros da ASEAN concordaram com a aceleração do estabelecimento de uma AFTA, reduzindo o prazo inicial de 15 para 10 anos.
O principal objectivo da AFTA era encaminhar a ASEAN para uma posição competitiva na prestação de serviços ao mercado global. Seria, não só, alcançado através da expansão do comercio intra-ASEAN, tornando possível uma maior especialização e economias de escala, como também, através de um aumento do investimento directo estrangeiro que seria atraído pela emergência de um mercado único.
A Tarifa Preferencial Efectiva Comum (CEPT), que é o principal mecanismo para a realização da AFTA, foi lançada a 1 de Janeiro de 1993. O “projecto” da CEPT incluía não só produtos manufacturados como também produtos agrícolas.
A estrutura da CEPT requer a redução das tarifas de todos os produtos contidos na “Inclusion List”, a eliminação de restrições quantitativas, assim como todas as barreiras não tarifárias. Em 2003 todas as tarifas dos produtos desta lista não deverão ultrapassar os 5%. A redução das tarifas começou em 1994. Para assegurar que a AFTA é concretizada metódica e consistentemente, estão ainda a ser tomadas outras medidas. Isto inclui uma harmonização de procedimentos. Um esforço considerável está também a ser feito na estandardização dos produtos com vista a facilitar o comercio dentro da ASEAN. Uma lista de 20 produtos prioritários de consumo duradouro foi também concluída.


13.4 O balanço
Entre 1993 e1995 o comercio regional cresceu de 42,77 para 68,83 biliões de dólares, o que se traduz numa taxa de crescimento media anual de 30.46%, significativamente maior do que a media de crescimento das exportações totais da ASEAN que se cifra nos 20%. As exportações regionais da ASEAN representavam, em 1995, 22% das exportações totais. Também em 1995, perto de 59% das exportações regionais era constituída por maquinaria e aparelhos eléctricos, reflectindo um “intercâmbio” de tecnologia.
Dentro da categoria dos principais produtos comerciados dentro desta região temos os produtos minerais (petróleo), metais básicos, químicos e plástico (note-se que o que está em causa são produtos básicos).


13.5 O futuro
Mantendo sempre o principio de “regionalismo aberto”, a ASEAN tem vindo a procurar novas relações regionais com outras associações de comercio. Estão a ser tomadas iniciativas conjuntas, com outros grupos regionais tais como o North American Free Trade Agreement (NAFTA), o MERcado COmum del SUR (MERCOSUR), o European Free Trade Association (EFTA) e o Southern African Development Community (SADC).