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OVINOCULTURA

O carneiro primitivo apresentava a pele coberta por lã e pelos intercalados. A expansão do rebanho ovino nas diversas áreas do planeta levou à formação de raças com cobertura de lã nos climas frios e coberta com pelos ou deslanados nas regiões mais quentes.

O Brasil apresentava em 1998 18,6 milhões de cabeças, segundo o ANUALPEC 1998, sendo este montante dividido em 54 % no Sul e 39 % no Nordeste.

Entre os rebanhos das regiões Sul e Nordeste existem diferenças sensíveis, considerando os aspectos raciais e sistemas de exploração utilizados.

Os ovinos no RS são destinados à produção de lã, embora ultimamente ocorra tendência de maior valorização da produção de carne. As raças predominantes são: Merino, Ideal, Romney Marsh, Corriedale, Suffolk e outras de clima temperado.

O rebanho ovino no Nordeste é constituído principalmente por animais enquadrados como tropicais, ou seja, com a pele desprovida totalmente ou com muito pouca lã. Os animais são destinados à produção de carne e pele. Os principais tipos raciais são: Santa Inês, Morada Nova, Somali de Cabeça Preta, Rabo Largo e Bergamácia, dentre outros.

Raças Nacionais

Morada Nova

A origem é controvertida. A denominação deriva da cidade de mesmo nome no Estado do Ceará. Acredita-se que os animais tenham influência dos ovinos deslanados de origem Africana.

São animais pequenos, pesando cerca de 30 kg e com 60 cm de altura em condições de campo. Existem duas variedades Morada Nova variedade vermelha e Morada Nova variedade branca. O mais positivo é a sua adaptação às condições ambientais do Nordeste.

Os animais pesam cerca de 2,4 kg ao nascer alcançando 14 kg aos 112 dias. Apresentam-se vermelhos ou brancos com ponta da cauda e cascos pretos e ausência de lã.

Santa Inês

Oriundo do Estado da Bahia, é considerado resultante do cruzamento das raças Bergamácia, Crioula e Morada Nova. A pelagem pode ser vermelha, branca, intermediária ou preta. A diferença para o Morada Nova é que se trata de animais maiores com grandes orelhas caídas.

Os ovinos dessa raça vem apresentando grande expansão populacional devido alcançar maior desenvolvimento ponderal. Os cordeiros pesam 4,9 kg ao nascer, atingem 23 kg aos 112 dias. Sob condições de campo a fêmea atinge 40-50 kg e o macho pode chegar a 100 kg. Esta raça é mais exigente quanto ao manejo e à alimentação quando comparada à Morada Nova.

Somali Cabeça Preta

São derivados dos carneiros Persa Cabeça Preta importados pelo Brasil, Colômbia e Ilhas do Caribe, há muito tempo. Ovino deslanado, corpo branco com cabeça e pescoço pretos e eventualmente vermelhos. Pote pequeno, menores que os da raça Morada Nova.

Rabo Largo

Ovinos com cauda larga em pequeno número no interior da Bahia. Provavelmente descendem de animais oriundos do sul da África cruzados com crioulos. Mostram vários graus de mestiçagem, não caracterizando uma raça definida. A pelagem predominante é a branca e vermelha.

Bergamácia

Origem italiana. Animais grandes, com pequena cobertura de lã branca. Sob condições de campo as ovelhas tendem a ser maiores que as Santa Inês, os machos quando bem alimentados podem chegar a 120 kg.


Característica gerais das principais raças de lã e carne criadas no Brasil

(Quadro comparativo entre as raças)

 

RAÇA

ORIGEM

FINALIDADE

APTIDÃO LÃ

APTIDÃO CARNE

QLIDD LÃ

QLIDD CARCAÇA

EXIG. NUTRITIVA

1. Merino Australiano

Austrália

lã fina

90 %

10 %

Muito alta

muito baixa

Baixa

2. Ideal

Austrália

lã fina

75 %

25 %

Muito alta

Muito baixa

Baixa

3. Corriedale

N. Zelândia

lã e carne

60 %

40 %

Alta

Baixa

Média

4. Romney Marsh

Inglaterra

lã e carne

40 %

60 %

Média

Média

Alta

5. Ile de France

França

carne

20 %

80 %

Média

Muito alta

Muito alta

6. Texel

Holanda

carne

20 %

80 %

Baixa

Muito alta

Muito alta

7. Hampshire Down*

Inglaterra

carne

10 %

90 %

Muito baixa

Alta

Muito alta

8. Suffolk*

Inglaterra

carne

10 %

90 %

Muito baixa

Alta

Muito alta

(*) Caras Negras

OBS: Com relação a “aptidão”, foi considerada a potencialidade atual de cada raça, para produzir lã e carne de qualidade

Fonte: Coimbra Filho, 1992.


Manejo Alimentar

Ovinos em aleitamento

Mamar o colostro nas 6 primeiras horas do dia

Aleitamento artificial: (150 ml: 3 vezes ao dia)

O cordeiro mama ¼ do seu peso nas 3 primeiras semanas de vida e 1/6 após as 3 primeiras semanas até os 2 meses.

Cordeiros

Utilizar um concentrado com 16-18 % de PB, a partir de 3 dias de idade e a partir dos 8 dias fornecer volumoso de boa qualidade.

Cordeiros em crescimento

A partir do 4 meses, fornecer um volumoso de qualidade com 300-400 g de concentrado com 14-16 % de PB

Sal mineral: Ca/P=2:1 ou 1,5:1.

Macho e fêmea em pré-estação de monta

Ovelhas: De 15 a 18 dias antes da estação de monta, fornecer 300 g de concentrado com 14-16 % de PB, após o acasalamento pode cessar.

Carneiros: 7-8 dias antes da estação de monta fornecer 500 g de concentrado com 16-18 % de PB.

Fêmea em final de gestação

Ovelhas: 100-200 g de concentrado com 14-16 % PB

Volumoso e sal mineral à vontade

Alimentação de reprodutores

Animais adultos: 500-700 g/dia de concentrado com 16-18 % de PB

O bebedouro deve localizar-se fora da baia para evitar umidade e ser limpo diariamente.

Os cochos devem ser sempre limpos e cheios até ½ ou ¾ para evitar derramamento.

Com bom volumoso tem-se menor gasto com concentrados

O sal mineral deve ser dado à vontade e fora do alcance das fezes.

Mineralização

A mineralização de ovinos normalmente utilizada pelos produtores é a mesma dos bovinos. Como as exigências nutricionais desses animais são diferentes, o ideal é usar fórmulas específicas para ovinos.

Tabela 1 - Fórmula mineral para ovinos com fosfato bicálcico

Minerais

Exig. diária de ovinos/animal (g)

Fonte de minerais

100 % de atendimento (g)

60 % de atendimento (g)

Fósforo

25,0000

Fosfato bicálcico

80,0000

70,0000

Zinco

0,3300

Sulfato de zinco

1,050

1,050

Cobre

0,0400

Sulfato Cúprico

0,130

0,130

Cobalto

0,0010

Sulfato de cobalto

0,003

0,003

Potássio

0,0004

Iodeto de potássio

0,001

0,001

Sódio

6,0800

Sal comum

20,000

30,000

Total

31,4514

-

101,184

101,184

Tabela 2 - Fórmula mineral para ovinos com farinha-de-ossos

Minerais

Exig. diária de ovinos/animal (g)

Fonte de minerais

100 % de atendimento (g)

60 % de atendimento (g)

Fósforo

25,0000

Farinha-de-ossos

90,000

70,000

Zinco

0,3300

Sulfato de zinco

1,050

1,050

Cobre

0,0400

Sulfato Cúprico

0,130

0,130

Cobalto

0,0010

Sulfato de cobalto

0,003

0,003

Potássio

0,0004

Iodeto de potássio

0,001

0,001

Sódio

6,0800

Cloreto de sódio

10,000

30,000

Total

31,4514

-

101,184

101,184

Nas tabelas 1 e 2, o atendimento a 100 % e 60 % significa o quanto da exigência do animal será atendida. A utilização da quantidades inferiores a 100 %, como no caso 60%, significa que a exigência poderá ser completada através da forragem.

Manejo Sanitário

Endoparasitas

Ectoparasitas

Doenças Infectocontagiosas

1)     Linfadenite Caseosa (Mal do caroço)

2)     Pododermatite (Frieira)

3)     Ectima contagioso (Boqueira)

4)     Febre Aftosa

5)     Pneumonia

6)     Mamite (Mastite)

Manejo Reprodutivo

Poliestral estacional: Na Europa, em regiões com os dias curtos bem marcantes, o cio é em função do fotoperíodo. Em dias curtos as fêmeas entram em cio, no centro-sul, isto se dá de fevereiro a julho.

Poliestral contínuo: Ocorre no Norte e Nordeste brasileiro. No Nordeste a grande limitação é a alimentação “status nutricional”. A situação considerada ideal é a de 3 partos em 2 anos.

Puberdade

As fêmeas apresentam cio entre 4-6 meses (raças precoces); 9-10 meses (raças de corte) e 18-22 meses (mais tardias).

O ideal é que a fêmea tenha em torno de 65-75 % do PV adulto.

Os machos devem ser utilizados com 1,5 a 2 anos.

Sistema de Monta

Monta Natural

-          o macho permanece o ano inteiro com as fêmeas

-          relação reprodutor/matriz 1:25 a 1:30

 Monta controlada

-          utilização do rufião

-          relação reprodutor/matriz 1:30 a 1:50

Escolha do reprodutor

-          características da raça

-          presença de testículos de igual tamanho na bolsa escrotal

-          apenas 2 tetas rudimentares

-          interesse sexual pela fêmea

-          ter cascos sadios

-          bons aprumos

-          bom desenvolvimento corporal

Escolha das matrizes

-          não devem apresentar defeitos físicos

-          bom padrão racial

-          desenvolvimento corporal

-          boa fertilidade

-          partos normais

-          boa conformação de úbere

Manejo do rebanho

O rebanho deve pernoitar no aprisco, principalmente as ovelhas com crias pequenas, como também aquelas que estão na época de parir, devido normalmente darem cria durante a noite. É importante que as ovelhas paridas tenham acesso fácil ao aprisco, para proteger as crias das chuvas intensas.

Manejo da ovelha

A estação de monta ideal é de 4 a 6 semanas, podendo atingir até 8 semanas.

A lactação pode atingir até 6 meses, no entanto, convém trabalhar com desmama aos 2 meses, se possível com 1 mês. Deve-se evitar o máximo o desmame natural a campo (6 meses) por ocasionar um grande desgaste à ovelha.

O descanso sexual deve ser de 3 meses.

A alimentação no 4º mês de gestação deve ser trabalhada com cuidado.

Deve haver um bom manejo de rufiões e carneiros para detecção e estímulo do cio.

Manejo dos cordeiros

O colostro deve ser administrado nas primeiras 6 horas de vida.

A castração deve ser feita entre 15 e 35 dias.

Descole, derrabagem ou caudectomia: deve ser feita juntamente com a castração. Pode ser cirúrgica, com ferro quente ou anel de borracha colocado com elastrador, quando procedida entre 24 e 48 horas de vida. Ocorre a queda da cauda dentro de 7-10 dias. Os machos ficam com 5 cm enquanto as fêmeas ficam com 10-15 cm (diferenciação a campo).

Identificação: tatuagem, brincos plásticos ou metálicos e picotes

Manejo do carneiro

Proceder a tosquia da bolsa escrotal e entre-pernas antes da estação de monta, durante os meses mais quentes é fundamental. Cuidados entre 6 a 8 meses antes da estação de monta.

Observar as condições de cascos, bicheiras e alterações testiculares.

Suplementação alimentar com feno e/ou concentrados.

Piquetes com boas pastagens e aquadas

Controlar as fichas zootécnicas: descendência e índices de fertilidade na monta dirigida e/ou controlada.

Comercialização

Animais para abate

·      a comercialização deve ser feita com machos e fêmeas com idade maior que 7 meses.

·      o preço mínimo do quilo, quando vendido vivo, baseia-se no boi gordo e, quando abatido, igual ao quilo da carne traseira, sem osso. Matrizes e reprodutores com defeitos físicos e/ou idade não mais recomendada para reprodução, devem ser comercializados da mesma maneira.

Animais para reprodução

·      Os machos e fêmeas destinados a reprodução devem ser vendidos com idade superior a 6 meses, e o preço irá variar de acordo com a qualidade do animal.

Instalações

As características climáticas da região amazônica indicam elevada temperatura e umidade, sendo favoráveis ao desenvolvimento de doenças, tornando indispensável o uso de instalações adequadas para melhorar o manejo e, consequentemente, o desempenho dos ovinos.

Aprisco

·      área de 0,8 a 1m2 /animal.

·      Deve ser arejado e orientado no sentido da maior incidência de chuvas, permitindo maior luminosidade e pouca umidade. Para evitar que as chuvas molhem o interior do aprisco e impedir a ação da força dos ventos, a frente deve ser fechada.

·      pé direito 2-2,50 m

·      cobertura em telhas de barro

·      piso a uma altura mínima de 1 metro

·      o piso deve ser construído com ripão de 4 cm de largura e de 2 cm de espessura, deixando-se entre os ripões o espaço de 1,50 cm nas divisórias onde ficam os animais adultos e de 1 cm onde ficam os borregos.

·      a altura da parede deve ser no mínimo de 1,20 m.

·      é importante o aprisco ter no mínimo 2 compartimentos.

Currais de manejo (Centro de manejo)

São curraletes com 1 m2 por cabeça, quando os animais são recolhidos a noite, caso contrário, calcular 0,3-0,5 m2 por cabeça. Neste local faz-se a vermifugação, caudectomia, marcação, desmama e eventuais curativos. Sua localização deve ser estratégica.

No final da seringa possui um corredor de imobilização, com ou sem reversão, com tronco de contenção. A altura é de 0,9 a 1 m, seu piso tem 0,3 de largura e sua parte superior 0,5 m. As porteiras geralmente são dispostas nos cantos.

Tronco de contenção: feito em tábuas cujas portas são de correr (parecido com o de bovinos). Sua altura interna é de 0,85 m, largura interna 0,45m e pode medir entre 6-10 m de comprimento.

Pedilúvio: construído em cimento liso no piso do tronco, com ligeira declividade e profundidade entre 0,10-0,15 m.

Banheiro sarnicida e escorredouro: usado para rebanhos com mais de 50 cabeças, caso contrário usar pulverizadores, pode ser circular ou retilíneo, cuja extensão oscila entre 4-15 m.

Creche: quando se fizer necessário deve ser construída junto ou separado dos apriscos, sendo mais fechadas e providas de fonte de aquecimento artificial para os recém-nascidos. Usar entre 0,3-0,5 m2 por cabeça.

Cochos

Para suplementação alimentar

Devem ter:

10 cm de profundidade

20 cm de largura de fundo

30 cm de abertura.

Para suplementação mineral

Devem ter:

15 cm de largura de fundo

25 cm de abertura em cima

10 cm de profundidade

distância de 30 cm do cocho até o piso

1 m de comprimento.

Esterqueira

Deve ser construída com madeira e coberta com telha amianto para permitir o armazenamento do esterco, evitando a água das chuvas e o contato com os animais.

Bebedouro

·      pode ser natural (rios, igarapés) ou artificial

·      a disponibilidade de água limpa é extremamente importante para o sucesso de sua criação.